terça-feira, 10 de setembro de 2013

Minha Canadiana.

"Ana,
Sim, sou uma atrasada, mas sou uma atrasada que te ama, que te admira e te põe, sempre que pode, a sorrir e te faz pensar coisas que nunca pensavas. (...) São onze anos dos cento e cinquenta anos que ainda faltam vir. Não quero que chores ou te rias quando o fores ler, apenas quero que o leias com a emoção que eu escrevi e com o sentimento que espero que tu reconheças. Quer dizer, para quê tentar escrever algo que nem eu sei ao certo o que é - procurei no dicionário vários significados de amizade, aparece de tudo, menos o que realmente é a palavra. Para mim, amizade são anos vividos, as marcas que fazemos, a confiança que vai crescendo, o amor que foi criado e o sentimento que fica imune. (...)
Ao longo destes onze anos, os planos começam a ser feitos com a certeza de que serão cumpridos. E pensar que cada uma, em cada canto do mundo, é como se estivessem juntas, o tempo inteiro. As palavras valem muito, valem tudo, são ditas com a certeza da resposta. (...) A felicidade é grande, mas não é medida por dias, nem anos, mas por instantes. Podem haver milhões e milhões de kilómetros, mas o amor consegue ser  um bilião de vezes maior. A distância é algo que, só quem supera entende. O valor de uma foto ou de uma carta. Apenas és normal, és magnifica da maneira que só tu sabes ser e quando estás comigo os outros invejam-me e quando sorris o mundo pára para te observar, apenas basta eu olhar para ti para perceber o quanto és importante. Só não quero que mudes, porque és inteiramente única. Muitos pensam que te conhecem, poucos foram os que te conquistaram, muitos dizem que és assim, eu digo que tu és assado. Admiro a tua frontalidade, a tua maneira de viver, a tua forma de ser, de amar, a tua forma de seres criança e forma de sorrires, gritares, chorares, a forma em como ficas ciumenta e em como não ligas para o assunto. Gosto de saber que preferes praia em vez de campo, que preferes viver em vez de fazeres-te viver, que a tua cor favorita é o azul, sei que adoras óculos, que preferes o mar. (...) Ontem ajudaste-me a limpar as lágrimas e a ter confiança, Hoje ajudas-me a acreditar e a não me rebaixar, Amanhã não quero que faças nada, apenas que estejas comigo e que não te vás embora, porque eu não te posso deixar ir. Ajudaste-me a criar um mundo, o mundo em que só entram os melhores, em que tu és a personagem principal. Se nos deixar-mos de falar, por algum motivo, quero que saibas que quero a tua felicidade e, se alguém puser isso em causa, não acredites, porque os onze anos permanecem e superam.
Não quero que seja mais um texto, quero que seja O Texto, quero que o leias e que no fim me digas o que achas-te, sem risos, apenas a ser séria e com daqueles teus beijinhos, se puder.
Porque eu de ti nunca duvido de nada, tudo o que fazes é perfeito, a tua forma de viver ou de pensar. Quero acreditar que o amor da nossa amizade é verdadeiro e sentido. Mesmo que não seja, deixa-me viver nesta ilusão. Queres ficar até á eternidade comigo?"

Isabelle,
Faz já uns dois, três anos que me escreves-te este texto, do qual eu cortei algumas partes, porque era realmente muito grande. Lembro-me que me entregas-te e ficaste a observar-me a lê-lo, enquanto as lágrimas me escorriam de ser tão babada e pensar que não merecia. Nunca me esqueço e, realmente este foi, sem dúvida, O Texto. Não penses que me esqueci da carta, aquele testamento que tanto me pedias, que te prometi. Não me esqueci, e tal como sabes, quando eu prometo eu cumpro! E mal eu imaginava que hoje estarias longe, com tantos kilómetros entre nós, com um enorme oceano e que eu, não poderia estar a ver-te ler isto. Mas como o "prometido é devido", aqui vai, uma mini carta, porque A carta, essa vou-te entregar quando me vieres visitar.
Não penses que me esqueci de ti, sei como és, insegura...Se sei. Mas também como era possivel? Eu penso muitas vezes em ti, todos os dias. Muitas vezes pego nos teus textos, que estão guardados todos juntos, numa mica, e os leio vezes sem conta, olho para as nossas fotos, ainda me lembro onde cada uma foi tirada e sorrio, relembro vezes sem conta as nossas conversas. Os teus segredos, os meus desabafos. Falo muitas vezes de ti, porque imensas coisas me lembram a tua parvoíce, essa que fazia rir, e o melhor, mas ao mesmo tempo o que mais me tortura, é que sinto saudades tuas. Imensas, e do que sinto mais falta, é de um dos teus abraços, o teu olhar que me percebia e das palavras, que me fazia pensar coisas que nunca pensava. Sinto muito a tua falta. E tal como diz a frase em negrito, do teu texto, não é a distância que muda nada, o sentimento é o mesmo. Continuo a gostar de ti, continuas a ser tão ou mais importante ainda, desde que saíste de ao pé de mim naquela noite, antes de ires para aí, para bem longe de mim. Em que me derramei em lágrimas e não te queria largar por nada. Em que senti que te ia perder, mas fiquei com a certeza de que precisava de ti, do teu carinho e da tua amizade. Ainda te amo! Estou á tua espera, fiz-te uma promessa...eu vou ficar até á eternidade contigo. Prometo. Nunca te vou deixar mal e sabes? Quero-te ver a sorrir. Agora! E que nunca te esqueças de mim, de nós. Do que vales, porque vales muito! 



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